Facebook, YouTube, Instagram, TikTok, Telegram, Twitter, LinkedIn, Pinterest, Spotify, Reddit, Quora, Kwai… e tantas outras redes sociais e afins onde é propagada informação acerca de tudo e de mais alguma coisa. As informações sobre saúde, bem-estar e alimentação, sejam estas espontâneas ou criteriosamente pensadas, com suporte científico, anunciadas ou patrocinadas, não podiam ficar de parte. E assim, não faltam alertas a alimentos bons e menos bons para a saúde de miúdos e graúdos, receitas light e ultralight, truques milagrosos para perder a barriga, dicas de organização do dia alimentar, propostas de esquemas de jejum intermitente de acordo com o biótipo, comparações de produtos alimentares de A a Z, testemunhos reais, surreais e irreais, e ofertas de serviços com antes-e-depois, descontos e promessas. Scroll up, scroll down e encontramos a cada instante mais conteúdos bombásticos sobre nutrição e alimentos, combinações de alimentos, métodos infalíveis para a perda de peso, ganho de massa muscular, fortalecimento de unhas e cabelos, cápsulas, batidos, chás… E que se não conseguimos ler no momento, temos sempre a opção de guardar o conteúdo, fazer printscreen e ler mais tarde, partilhar connosco por email, ou, em alguns casos, ouvir online ou mesmo offline.
Andamos assoberbados com tanta informação. Resta saber se estamos preparados para digerir tudo o que lemos e ouvimos. O que parece certo é que andamos dispersos, stressados e ansiosos por não conseguir absorver o excesso de conteúdos que recebemos diariamente. Segundo o psicólogo inglês David Lewis, a Síndrome de Fadiga Informativa é um sério problema da sociedade atual, com tendência a agravar-se. Aparentemente, de forma crónica, acabamos por sofrer todos de INFOXICAÇÃO, um neologismo que resulta da fusão das palavras informação e intoxicação, criado pelo especialista em inovação, o espanhol Alfons Cornella, em 1996. Mas isto pode ser bem grave, na medida em que não só sofremos da dita infoxicação, como muitos dos infoxicados, contaminam outros ao compartilhar informações sem fazer qualquer análise crítica que avalie a veracidade do que também ele recebeu.
Atenção! Com isto não quero dizer que tudo o que circula nos meios de comunicação social e nas redes sociais é tóxico! Apenas alerto para a necessidade de sermos criteriosos com o que lemos e ouvimos, o que passa necessariamente por averiguar a reputação e credibilidade da fonte de informação. Todos precisamos de nos manter informados, mas que seja de algo que nos acrescente.








