Verão 2023. Heis chegados à praia, algures na costa portuguesa, com certeza. Toalha, guarda-sol, protetor solar, água, brinquedos, crianças. Tudo a postos para um bom dia de praia. E o lanche? Onde está o lanche? Mais uma vez, o lanche ficou no balcão da cozinha porque no meio de tanta excitação e algazarra dos pequenos, ficou alguma coisa para trás… Com ou sem lanche, que comecem as brincadeiras. Não corram ali! Cuidado com a bola! Não atires a areia ao teu irmão. Agora é a vez da mana brincar com a pá. Vamos todos fazer um castelo? Não, ainda é cedo para ir à água. Já podemos mergulhar? E agora, já podemos ir ao mar? Tenho fome…
Não tarda nada e ouvem-se os primeiros pregões: “Olha a bolinha!”. E, quase em uníssono, mas em sentidos contrários: “Pipocas ou batatinhas?!”. Não há praia portuguesa que no pico da época balnear não saltem para a areia vendedores ambulantes de pequenas grandes gulodices que são a tentação de miúdos e graúdos. Aliás, ainda nem as férias começaram e já se fazem contas à vida (ou aos quilos): Doutora… e bolinhas de Berlim na praia, posso comer? Quantas? Com creme ou sem creme?
Sem dúvida que entre as famosas bolas de Berlim, as pipocas e as batatas fritas, ganham as primeiras, vá-se lá saber porquê! Mas também a mim me parece mais atrativa a mistura duma massa fofa, que foi submersa em óleo fervente e polvilhada com grãos grossos de açúcar, com ou sem creme de ovo à espreita, do que o milho estalado em óleo com açúcar ou as batatas fritas à inglesa com pepitas de sal.
De uma forma ou outra, o problema não é daquela vez em que o lanche ficou esquecido, o problema é quando fica eternamente esquecido porque afinal há alternativas bem saborosas que vêm ter connosco à toalha. Quem bem me conhece, sabe que não sou fundamentalista. Sou, sim, adepta do “Uma vez, não são vezes! Coma em paz, e que saiba muito bem!”. Uma coisa é deliciarmo-nos com uma bolinha de Berlim, das grandes e com creme, na semana de férias, em que embora possamos estar em processo de controlo do peso, estamos fisicamente mais ativos (nadamos, brincamos na praia, visitamos lugares e fazemos caminhadas ao por-do-sol), outra coisa é comer as ditas bolinhas todos os dias, mais o gelado, o refrigerante, a sandes de panado e a pele estaladiça do frango de churrasco… “porque férias, são férias”. Ocorre-me parafrasear Paracelso: A dose faz o veneno.
A nossa saúde e a saúde dos nossos, não vai de férias. E é por isso que não me canso de afirmar: faça refeições regularmente (longos períodos sem comer, só farão acumular fome para a próxima refeição), mantenha-se hidratada (não esquecendo que a água é a única bebida que efetivamente mata a sede), coma de forma conveniente (selecione bem os alimentos, prepare-os de forma adequada, e coma-os na quantidade suficiente) e, porque também é fundamental, divirta-se à mesa e fora dela!
BOAS FÉRIAS!








