Apesar de em determinados momentos do ciclo de vida alguns nutrientes assumirem um papel de maior destaque em relação a outros, todos são importantes! Sabemos bem que a presença ou ausência de alguns nutrientes, mesmo que em quantidades ínfimas, faz toda a diferença na nossa saúde e bem-estar.
Comparar o papel do Nutricionista ao de um grande Maestro, aquele que marca o tempo para que um conjunto de músicos esteja sincronizado, parece fazer sentido. O Maestro (o Nutricionista) coordenará a altura certa que os músicos tocarão os instrumentos (os nutrientes), ora em uníssono, ora com maior vigor em relação a outros (necessidades nutricionais aumentadas de alguns micronutrientes na gravidez, por exemplo). Quando um compositor escreve uma sinfonia (necessidades nutricionais ao longo da vida), determina os tempos, a intensidade, e a que instrumento(s) (os nutrientes) pretende dar destaque. Suponhamos: o maior destaque é para os violinos e violoncelos, mas a dada altura as flautas, clarinetes e oboés destacar-se-ão, e algures, seja no início ou na gran finale, um ou dois toques vibrantes do gongo. Então, e quais são os instrumentos mais importantes? Todos! Todos, no tempo certo. O gongo não é menos importante de que todos os outros só pelo facto de ter uma aparição fugaz. Aliás, sem o gongo a sinfonia não seria a mesma, seria imperfeita ou estaria incompleta.
Poderão concordar, ou não. Ou até considerar a analogia abusiva ou desrespeitosa. No fundo, o que pretendo salientar é que o nosso organismo está bem feito, e que a evidência científica acumulada ao longo de décadas, permitiu conhecer quais os nutrientes que ele precisa, em que quantidade e qual a forma mais oportuna de os receber (naturalmente através de alimentos). Acrescento ainda que as quantidades são dinâmicas, isto é, dependerão de uma série de fatores, como idade, sexo, estatura, estado fisiológico (gravidez/lactação, por exemplo), atividade física, etc. Por último, quantidade não é de todo sinónimo de qualidade, o que faz com que a seleção dos alimentos seja um processo sério e consciente.
Ahh! E ainda a propósito da orquestra: seria bizarro vermos uma bateria ou uma guitarra elétrica no tradicional Concerto de Ano Novo realizado pela Orquestra Filarmónica de Viena.








