Por Inês Tomada
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8 de março de 2025
A nutrição é essencial em todas as fases da vida da mulher – desde a infância, passando pela adolescência, gravidez, maternidade e menopausa. Uma alimentação adequada e adaptada às exigências e necessidades de cada um destes períodos de vida, é fundamental para o equilíbrio hormonal e fertilidade, garante vitalidade para enfrentar os desafios diários, bem como contribui para a sua longevidade e bem-estar . Apesar das enormes pressões sociais, a nutrição da mulher vai muito além do controlo do peso. Ter um peso saudável, e acima de tudo, uma composição corporal harmoniosa, é bem mais do que uma questão de estética. É uma premissa essencial para promover a saúde e prevenir uma série de doenças, como a diabetes e a doença cardiovascular, e tantas outras patologias que afetam as mulheres, de que são exemplo a osteoporose e o cancro da mama. Além dos benefícios físicos, uma alimentação equilibrada e nutricionalmente completa, contribui positivamente para a saúde mental e emocional, regulando o humor e reduzindo o risco de depressão e ansiedade. Nunca foi tão importante bem nutrir a mulher! A rotina moderna impõe desafios cada vez maiores para sua saúde. As mulheres acumulam múltiplas funções – trabalho, maternidade, gestão doméstica, vida social – que não raras vezes são fonte de stresse crónico, que por si só tem consequências a nível hormonal, metabólico e da imunidade. Fruto da vida agitada, das horas perdidas no trânsito e da acumulação de tarefas, sobra menos tempo para si, para a família que tanto estima, e para o planeamento, compra e preparação das refeições. A mulher rende-se assim a uma alimentação à la minute, onde imperam os alimentos pré-confecionados, processados e ultraprocessados, que invariavelmente são ricos em gorduras más, açúcares e sal, impregnados de conservantes e envolvidos em embalagens de plástico e afins, que irão afetar a saúde da mulher (e dos seus), contribuindo para mais inflamação e mais resistência à insulina, e até pondo em risco a sua fertilidade. Para além disso, abre-se a porta a défices nutricionais que podem ser bem importantes, já que naqueles produtos escasseiam minerais, vitaminas, fibras e outras substâncias bioativas com ação anti-inflamatória e antioxidante (estes últimos importantíssimos no combate ao envelhecimento prematuro). Na alimentação da mulher, apesar de não haver nutrientes que sejam mais importantes do que outros, é fundamental dar especial atenção ao equilíbrio entre eles, e garantir um aporte adequado em alimentos ricos em cálcio e vitamina D (fundamentais para a prevenção da osteoporose), ácidos gordos polinsaturados da série ómega-3 (anti-inflamatório, regulador hormonal e importante para o desempenho cognitivo), ferro (previne anemia e a melhora a energia), triptofano (essencial para a produção de serotonina, a hormona do bem-estar), entre tantos outros… Ainda assim, bom aporte nutricional pode não ser suficiente, mesmo com recurso a suplementação, se a mulher não tiver um intestino suficientemente são, para que haja uma correta absorção. A esperança média de vida das mulheres é superior à dos homens, é um facto. Mas viver mais anos não chega. Muitas mulheres passam o último terço de vida com doenças crónicas, altamente debilitantes, que limitam em muito a sua autonomia, e a sua qualidade e alegria de viver. Por isso, a adoção de uma alimentação rica, equilibrada e nutritiva, desde muito cedo (tão cedo quanto a infância), pensada de forma individualizada, é sinónimo de saúde, vitalidade e equilíbrio, e um investimento sério e garantido para um envelhecimento mais saudável . Não se esqueça: Cuidar da alimentação é um ato de autocuidado e empoderamento!